sexta-feira, 2 de março de 2012

O rio

estou há horas escrevendo nesta biblioteca.
diante do meu computador,
misturo as línguas, invento verdades, sinto angústia.
nada movimenta fora de mim.
dentro do meu mundo,
esqueço do outro, suspendo o tempo, restrinjo o espaço.


olho, portanto, para o lado:
vejo diante dos meus olhos um rio, o sena, esse lindo mar parisiense.
a noite veio e eu nem vi.


mas o movimento do rio, que vem e que vai, me mostra que há enfim vida
fora da minha cabeça.