quarta-feira, 28 de novembro de 2012

indelicadeza


E eu que pensei que fosse forte

E eu que pensei que fosse dura

Mas eu não sou dura, meu deus!


Ridículo e frágil é o meu coração!

Ele se despedaçou

No dia em que se perdeu

onda


Felicidade
vai e vem
vem e vai

domingo, 25 de novembro de 2012

Necrológio dos desiludidos do amor

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.

Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.

Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.

Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas os veremos
seja no claro céu ou no turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.

Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia…

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados completamente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.

Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

defesa à vista!

nos momentos mais cruciais da vida, sentimos a falta de pessoas queridas.

em uma semana defendo meu doutorado: como eu gostaria de ter todos aqui, para os beijos e os abraços!

fui pra vida e ela me trouxe até aqui: que eu possa receber os frutos (nem sempre maduros) dessa jornada de solidão chamada doutorado.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

vida

e um dia a sua vida muda
e um dia seu sonho vira pesadelo

e um dia tudo acaba...
da mesma maneira que começou: sem razão e sem porquês.

essa é a tragédia da vida

sábado, 3 de novembro de 2012

em mim

suspiro e fecho os olhos.

arrumo minha cama para a solidão...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

...

A ausência é um estar em mim.
 

consolo na praia - drummond

Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento…
Dorme, meu filho.