segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

aqui tem natal...




com pinheiro de verdade!

domingo, 27 de novembro de 2011

p a r t i d a

A lentidão dos dias...
Da janela do meu quarto
Fico te imaginando na minha frente
... o menino dos olhos bonitos

Agora estou aqui
às voltas com este bilhete
que queria ter deixado aquele dia lá na sua casa.

Por vezes acreditei
que o ritmo seco dos meus escritos
pudesse salvar este amor.

Mas como viver à luz do dia
nosso segredo noturno?
Minhas retinas se queimariam?

E só agora senti que fostes embora
... despedida sem abraço
Você foi minha embriaguez.

Hoje considero não ter mais condições de compartilhar teu leito.
Sem forças para continuar,
elejo objetos para suportar meus dias:
livro de poesia, café sem açúcar, cigarros mentolados, canetas sem cor...

Então adormeço...
e sonho com você em preto e branco

Ps:
Hoje farei uma série de exames oftalmológicos.
Talvez tenha que aumentar o grau dos meus óculos.
Estou na dúvida das cores das lentes a usar...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

verdades urbanas

E o sujeito me entra hoje no metrô e solta essa:

"Venho até vocês com um discurso fora do ordinário, porque o discurso ordinário não retém a atenção de ninguém. Gostaria de pedir a vocês dinheiro ou moedas não para comprar comida, mas para comprar álcool, drogas e cigarro. Se alguém puder contribuir, agradeço imensamente".

Bom, o moço com cara de rockeiro e cachorro no laço me chamou a atenção: mesmo sem contribuir com seus prazeres, sai do metrô extremamente surpresa com a elegância e a verdade de seu discurso.

sábado, 5 de novembro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

ruídos

Ouço tua melodia
Advinda de um violão sem cordas
E por ela sou tragada

Com tuas vestes noturnas
Me invades com conversas sem nexo
Diálogos entrecortados
Risos breves

Diante do teu beijo
Me faço tua,
mais do que me faço agora,
escrevendo o sentimento que não toca.

Ouço o acorde dos teus gemidos
Ensaiando uma melodia perversa
Falamos outra língua
Nossos cigarros têm marcas diferentes

Diante do teu desejo
Me faço nua
E para que você me possua
Basta-lhe um gesto

O tempo, lento, baila ao som de uma melodia inaudível

E eu fico aqui
Querendo te ter em particular
Longe de todo olhar
Que não o teu

terça-feira, 11 de outubro de 2011

lang-lang!

Segundona brava, dia internacional da preguiça, certo? Bah, non...

Ao invés de me deixar deslizar no sofá, de tédio da programação francesa de televisão, convidei o marido prum concerto para piano e orquestra!

Como é sempre ele quem me convida, resolvi mudar os papéis e marcar uma soirée animada por um chinês! O pianista muito, mas muito famoso, foi o escolhido. A escolha obedeceu a critérios rigorosos, como por exemplo, seu nome: LANG-LANG!

Jamais perderia um concerto com o pianista de nome gozado cuja foto sorridente e com mãozinha no queixo decora todos os corredores dos metrôs de Paris.
O saldo foi positivo: Salle Pleyel lotada, concerto bonito, Lang-Lang suado, aplausos sem fim e uma volta pra casa com a cabeça ainda mais cheia de sonhos a realizar nessa cidade doida!



domingo, 2 de outubro de 2011

contemporaneidade

que tempo mais vagabundo esse agora

que escolheram pra gente viver

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

trabalhos manuais




não que eu esteja à toa por aqui, mas a descoberta de uns papéis coloridos e fofos me fez inventar moda.


entre um lacan e outro, uma mesinha ganha cores e vida aqui em casa!

domingo, 7 de agosto de 2011

sábado, 30 de julho de 2011

ateu




Slogans da campanha da ATEA (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos).

Não sei o que diz examente a Associação sobre o assunto, mas gosto da ideia de mostrar o ateísmo como opção e não como perdição.

Não é a crença em um deus que torna a pessoa boa. Sempre haverá pessoas boas e pessoas más.

Pela liberdade de expressão e de crença, pela liberdade de discordar dos dogmas das religiões, cito Luis Buñuel: sou ateu, graças a deus.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

...

BH no inverno
é mais quente
que Paris no verão

terça-feira, 12 de julho de 2011

uterina

Ir ao Brasil

É voltar pra casa

.

Ainda que minha casa

Seja agora aqui.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

bélgica





A Bélgica foi uma boa surpresa! Charmosa, com pessoas tranquilas e agradáveis, a cidade nos ofereceu muito mais que seus monumentos à la Amsterdam. Degustamos cerveja de framboesa, provamos todos os chocolates possíveis e nos deliciamos com o sotaque arrastado e simpático desse povo quase bilíngue.






As fotos são de Bruxelas e de Bruges.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

37 graus

Socorro! Torci muito prum calorzinho por aqui, mas não esperava tanto!

Tivemos um pico de calor entre 13h e 19h que foi a coisa mais insuportável do mundo! A temperatura chegou a 37 graus, o sol estava fortíssimo! A última vez que rolou esse pico foi em 2003, matando 15.000 pessoas em toda a França.

Água na gente!

sábado, 18 de junho de 2011

beckett ainda

Hoje apresento, na École de la Cause Freudienne, meu trabalho sobre "O Inominável", de Samuel Beckett, às 17h!
Venham!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

vem comigo que no caminho eu explico

vem passear comigo
enquanto o dia amanhece


http://www.youtube.com/watch?v=COyab3YQS48

terça-feira, 14 de junho de 2011

coração em migalhas

pela enésima vez,
fiz um bolo

que não deu certo...

ele ficou sem açúcar
e eu sem afeto

segunda-feira, 13 de junho de 2011

namorados






biscoitinhos de dia dos namorados feitos por mim!

cafezinho de dia dos namorados feito por ele!

sábado, 11 de junho de 2011

minuit à paris est magique








Entrei na sala de cinema e esperei ansiosamente pelo começo do filme - 15 minutos, para ser bem precisa. Quando a primeira cena surgiu, entrei na pele do protagonista e não quis mais sair. Durante 1 hora e meia, eu, sendo ele, voltei aos anos 20 e conheci todos os artistas da época: Buñuel, Dalí, Picasso, Hemingway, Cole... Todos juntos e misturados, falando comigo, me dando dicas de escritura, de amor, de vida.


Passeei com eles pelos lugares de sempre, nos bares, nos cafés, até à Torre Eiffel fomos juntos! E quanta chuva! Paris sem chuva não é Paris! Então, caminhamos também debaixo de chuva, cantando e gritando que a vida de agora, dos anos 20, é bem melhor que essa dos dias atuais...


O filme acabou, minhas lágrimas rolaram e eu não saí do personagem. Do lado de fora, a chuva caía e a noite - a meia noite - me convidou prum passeio à toa pela cidade.


Encontrei Beckett, vi Joyce e até dei um tchauzinho pro Villa-Lobos. Dormi e sonhei com Wilde.


Paris é mesmo uma festa: todos os personagens que fizeram e fazem a história ainda estão aqui, circulando pelas ruas, discutindo filosofia e falando bobagens. Os bares são os mesmos, as ruas nem mudaram nada, as fachadas, a graça e a beleza da cidade continuam aqui, intactas.


Mas o tempo de hoje... Ah! Como eu queria ter vivido nos anos 20!


Que tempo mais vagabundo esse agora, que escolheram pra gente viver!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

muito bem, pessoal, a festa acabou

à partir do final do ano (data ainda indefinida) nenhum turista estrangeiro poderá frequentar um coffee shop em Amsterdam.


a decisão foi tomada pelo governo holandês, que pretende evitar o turismo "canabístico".


adiantem seus bilhetes!

terça-feira, 31 de maio de 2011

A feira de Montreuil

Há dias que minha amiga vinha me dizendo pra visitar a feira de Montreuil. Na verdade, eu já tinha ouvido falar dessa feira. Corria na boca pequena que lá se comprava bicicleta roubada em Paris à preços módicos. Um dia resolvi experimentar e até hoje não acredito no que vi lá. Produtos de supermercado sendo vendidos por mais da metade do preço! E dentro do prazo de validade!

Vejam: você pode comprar um pacote de biscoitos Pétit Écolier da marca LU por 2,46 no Monoprix. Na feira de Montreuil, você compra três pacotes por 1 euro. Um melão marroquino no Monorpix sai a 4,99. Em Montreuil, paga-se 2 euros por 3 melões.


Desde então uma questão me ronda: por que eles conseguem tarifas tão mais em conta? Chega a ser impressionante, loucura, absurdo até!


Só não compro pepino. Custa 0,20 centavos a peça, mas eu detesto os pepinos.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

esperando o fim da partida

O théâtre de la Madeleine foi perfeito para recebê-los. Em um refúgio no meio do nada, Hamm, cego, manco e personagem principal de uma história sobre um fim sempre adiado, tem ao seu lado Clov, seu empregado doméstico que fala pouco. Em cada uma das latas de lixo instaladas na frente do cenário estão os pais de Hamm, que surgem de tempos em tempos para falar do vazio. E assim se desenrola a cena: os personagens falam, mas não se comunicam entre si. Todos esperam enfim o fim, mas ele é impensável, impossível, interminável. O que resta neste "Fim de partida" é a existência vazia de seus estranhos e engraçados personagens. E diante das risadas bizarras da platéia, Nell, a mãe de Hamm, respondeu à altura: "nada é mais engraçado do que a infelicidade".


Até o dia 17 de julho tem "Fin de partie", de Samuel Beckett no Théâtre de la Madeleine, às 21h, de terça à domingo. É maravilhoso.


Sem cenário, sem história, sem herói, sem fim.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

...

é no dia em que o cozinheiro


do restaurante que você gerencia


falta


é que você descobre


a falta


que ele Não faz.

domingo, 8 de maio de 2011

especialidades




minha mais nova experiência gastronômica: o tiramisu italiano com um toque de framboesa.

em homenagem à minha mãe!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

conferência

Hoje apresento, na Cité Universitaire, os resultados de minha pesquisa de mestrado em psicanálise sobre o escritor irlandês Samuel Beckett ("Effondrement du langage et inexistance de l'Autre dans L'Innommable de Samuel Beckett"), às 20h!

domingo, 24 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

beckettiana

sei que não sou eu,

é tudo o que sei,

longe,

o que é longe,

nenhuma necessidade de estar longe,

talvez ele esteja aqui,

nos meus braços,

meus braços,

não sinto braços em mim,

se pudesse sentir alguma coisa em mim,

seria um ponto de partida,

um ponto de partida,

ah se soubesse rir,

sei o que é,

devem ter me dito o que é,

mas não sei fazer,

não devem ter me mostrado como se faz,

deve ser uma coisa que não se aprende.

In: O Inominável, Samuel Beckett (1906/1989)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

a crônica da morte anunciada ou meu pai já me dizia...

E ontem o governo francês recusou a entrada de uma pá de imigrantes tunisianos no país, apesar de todos eles possuírem uma permissão de entrada aqui. A alegação é que o governo tem adotado uma política de redução da imigração já que cerca de 500.000 imigrantes estão sem trabalho atualmente. Na tentativa de sanar o problema, a França incentivou somente a imigração de determinados métiers para os quais faltava mão-de-obra.


Presos na fronteira com a Itália, os tunisianos tem passado seus dias em dormitórios improvisados, sem cama, sem banheiro, sem esperança. Alguns arriscam e conseguem atravessar a fronteira em pequenos barcos sem segurança, pelos quais pagam aproximadamente 1.000 euros.


Ora, apesar de ter criado uma lista de profissões que poderiam ser preenchidas por mão-de-obra estrangeira, Sarkozy agora rompe com suas próprias decisões: diminuiu a tal lista, causou desavenças políticas com a Itália e ainda promete restringir cada vez mais a entrada de estrangeiros na França.


Tudo isso em nome da chamada "identidade nacional" ou busca às origens. Mas, afinal, quem são os franceses sem seus imigrantes?

domingo, 17 de abril de 2011

...

Eu fedo

Tu fedes

Ele fede

Nós fedemos

Vós fedeis

Eles fedem

.

.

Conjuguemos nosso verbo principal, humanos!

Fedemos todos: ricos, chatos, loiros, aleijados.

Somos todos iguais, na alma e no corpo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

compulsão à repetição

Este é o meu legado:

carregar um coração rejeitado

que insiste em amar errado



poema - 02/04/2004

quarta-feira, 30 de março de 2011

la mosquée de paris



A mesquita de Paris nos reserva surpresas deliciosas. Ocupando quase um quarteirão de uma linda rua do Quartier Latin, a mesquita conta com um grande pátio, uma sala para rezas, um salão de chá, um restaurante e os famosos "hamams", saunas com massagem e esfoliação.

Dia desses encarei o restaurante. O prato pedido foi tagine - 2 grandes pedaços de frango temperados com amêndoas, ameixas e limão siciliano. O marido foi de couscous - 3 bons pedaços de carne-bolinha com legumes, amêndoas, passas brancas e, claro, couscous.

Para acompanhar, é impossível não pedir o chá de hortelã, maravilhoso, que é servido com performance pelos garçons simpaticíssimos!

A sobremesa é a parte mais dura: existe uma opção interminável de belos docinhos caramelizados, de sabores variados. Experimentei e aprovei milhões!!! São lindos, gostosos e pouco açucarados, o que significa que você consegue comer ao menos dois pós-tagine!


Virou lugar do coração!


cardápio:

ENTRÉES Brick à l'oeuf 5,50 € Salade composée 7,00 € Brick au thon 6,00 € Avocat vinaigrette 5,00 € Brick aux crevettes 6,00 € Avocat aux crevettes 6,00 € Salade aux aubergines 6,00 € Cocktail aux crevettes 6,00 € Carottes râpées à l'orientale 5,00 € COUSCOUS Couscous agneau 15,50 € Couscous brochette 15,50 € Couscous du Chefbrochette, kefta, côte d'agneau, merguez 21,00 € Couscous Kefta 15,00 € Couscous Poulet 13,00 € TAGINES Tagine agneau, pruneaux, amandes, oignons 15,50 € Tagine agneau,oeuf et amandes 15,50 € Tagine agneau aux aubergines 15,50 € Tagine agneau, poivrons, tomates, oignons, semoule à la cannelle 17,00 € Tagine poulet, amandes et oignons 13,00 € Tagine poulet, olives et citrons confits 13,00 € LA MOSQUÉE DE PARIS

39 rue Geoffrey Saint-Hilaire75 005 PARIS

Tél. : 01 43 31 38 20Fax : 01 43 31 53 30

quinta-feira, 24 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

;)

paris também tem céu azul :)

sábado, 19 de março de 2011

terça-feira, 15 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

nota de rodapé

paris tem estado deslumbrante. faz sol (milagre de saint-sérafim!) e um calorzinho maroto.
a onda agora tem sido natação + bicicleta!

wagner

A última experiência interessante nesta cidade foi ir à uma ópera. Mas não a uma ópera qualquer: a escolhida do dia foi Siegfried, de Richard Wagner. Para aqueles já familiarizados com sua obra, já sabem que passei toda uma tarde no Opéra Bastille. Da compra do ingresso à volta para a casa somem um total de 7 horas. Estava há dias de olho nessa montagem e queria muito passar pela experiência de "enfrentar" um Wagner em uma bela tarde de domingo de sol. E assim fez-se.
O resultado foi bom, embora estranho: a ópera, de duração de 5 horas e 10 min (contando os DOIS intervalos de 30 minutos, ufa!) foi bela, embora a montagem tenha sido uma decepção completa.
O personagem principal, que dá nome à opéra, faltou. O monstro da história faltou. O pássaro da história faltou. O cenário do primeiro ato foi sofrível, nível toalha de plástico na mesa da sala do personagem e o figurino de doer de tanto mau gosto. O diretor de cena inventou um Siegfried de calças jeans, trancinhas à la Olodum na cabeça e barriguinha à mostra. Sem contar que os dubladores dos atores fizeram suas cenas à esquerda do palco, de braços cruzados e tomando de quando em quando um golinho d'água enquanto cantavam sem muita emoção ou talento.
Bom, apesar dos percalços e das vaias da platéia logo do anúncio da "doença" dos atores, valeu a ida. E fica a dica: comprem seus ingressos para as óperas 45 minutos antes do início. Os assentos, apesar de não tão bem localizados, são a preços módicos.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

em rouen!







imagens da fofa rouen, na normandia.

lacaniana

é o mundo das palavras que cria o mundo das coisas

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

o impossível encontro

Devo dizer que o contato com um povo diferente do nosso, que não partilha com a gente as mesmas atitudes diante de determinadas situações ou que não tem os mesmos hábitos que os nossos pode nos chocar e nos deixar em um estado de incompreensão total. As perguntas não cessam de se repetir: quem são essas pessoas? por que elas agem assim? por que respondem assado?
Bom, o fato é que desde que aqui cheguei, vivo num processo de tentar entender a lógica que faz funcionar o povo francês, que traz nas entonações da fala ou no caminhar apressado o peso de uma tradição que não consigo penetrar.
Na verdade, esse processo de compreensão dos franceses me parece tarefa interminável. Quando acho que os entendi, que decodifquei seus códigos e que compreendi seus sinais, levo uma bofetada e entendo que há um hiato que nos deixará separados para sempre.
Conhecer uma cultura, um povo, uma terra não é coisa pra alguns meses. Pode-se ficar anos numa cidade, viver séculos num país estrangeiro e ainda assim, não o compreender.
Há sempre algo na mentalidade de um povo que nos escapa, que passa batido e que por algum motivo estranho, nunca vamos compreender.
Aliás, digo bobagem: o encontro com o outro, estrangeiro ou não, sempre deixará lacunas. O encontro com o outro sempre carregará a marca de um impossível.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

o nome dele é dudamel



Ele chegou um pouco tenso. As duas primeiras foram regidas de maneira comportada, compenetrada, reta. Os fracos aplausos que se seguiram foram, de acordo com o veredito do marido, devido à natureza musical: "muito difícil de entender pelo grande público", ele me cochichou no intervalo.

Um xixi rápido e lá estava eu, de volta com a bunda (já quadrada) na cadeira encoberta de veludo vermelho (nada confortável) da esplêndida Salle Pleyel, a sala de concertos mais charmosa da cidade. Estava a espera do desfecho final, tentando imaginar como aquele garotão de 29 anos, venezuelano e regente há 2 da Orquestra Filarmônica de Los Angeles, iria derramar seu dito talento na platéia exigente e "chique" que o aguardava.

Aí foi o tal negócio. O cara chegou, levantou os braços e daí em diante foi surpresa atrás de surpresa. Começou a me parecer impossível seguir aquela música sem abrir largos sorrisos ou emitir baixinho um delicioso "oh!" a cada gesto novo que saía dele.

Regeu como nunca tinha visto. Era um repertório tradicionalíssimo, sem maiores segredos, mas ele conseguiu tirar da orquestra um som outro, uma emoção diferente, um brilho criativo. Durante várias passagens regeu com a sobrancelha e num certo ponto, desceu os braços e ficou só admirando a orquestra brilhar. Mas, certamente, quem brilhou foi ele.

A platéia não perdoou. Como nunca tinha visto antes por aqui, me vi diante e literalmente diante, da platéia (quase) inteiramente de pé, aplaudindo durante seus habituais e ininterruptos 13 minutos.

O marido, exaltado, logo faz o segundo veredito importante da noite: "esse cara é demais! ele vem do novo mundo"!

Sugeri tietar. Esperamos o regente pop na saída dos artistas e ele não decepcionou! Já chegou de braços abertos e ao nos ver mandou um "hola!" extasiado. Eu também não decepcionei e já mandei um "belíssimo" e saquei logo minha caneta preta de tinta de canetinha, prum autógrafo-tietagem-canastra.

Pra detalhar melhor o concerto, o programa foi:

Adams

Bernstein (sinfonia número 1)

Beethoven (sinfonia número 7)

E posso dizer que foi uma delícia, prum dominguinho besta e frio como aquele.


http://liveweb.arte.tv/fr/video/Dudamel_dirige_le_Philharmonique_de_Radio_France_et_le_Bolivar_Youth_Orchestra/

domingo, 30 de janeiro de 2011

contemporânea

transports en commun
.
.
lectures solitaires

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

lacaniana

http://www.valas.fr/IMG/mp3/Lacan-La-Troisieme-1er-nov-1974.mp3

a voz do mestre!

Aliás, para aqueles que (ainda) se interessam pela psicanálise, acessem o site do Patrick Valas.
Ele é psicanalista, psiquiatra e acompanhou os seminários de Lacan. Em seu site, podemos encontrar todos os seminários e conferências do mestre, mesmo os inéditos.
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Pra quem não sabe, Lacan transmitia seu ensino através de seminários semanais diante de auditórios cada vez mais abarrotados de gente. A transcrição destes seminários ficava por conta de cada auditor. Entretanto, à partir de 1973, suas conferências passaram a ser publicadas e o texto final era estabelecido por seu genro, Jacques-Alain Miller. Antes de sua morte e com apenas alguns seminários publicados, Lacan deixou todos os direitos de publicação dos outros seminários para o genro. Miller (ou JAM como é conhecido) publicou até hoje somente 14 dos 26 proferidos por Lacan em 26 anos de ensino.
.
Entretanto, este ano completa-se 30 anos da morte de Lacan e sua obra vira domínio público: o genro deve então publicar todos os seminários restantes o mais rápido possível, porque agora todos os que seguiam as conferências de Lacan tem o direito de publicação.
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Mas, Patrick Valas, o psicanalista que me referi acima já publicou uma porção de textos lacanianos, até então inéditos!
.
Quem tiver interesse, acesse o site, leia e escute Lacan! De forma livre e de graça!

sábado, 8 de janeiro de 2011

para florença



porque florença é uma cidade maravilhosa,
porque florença me fez chorar de vontade de ficar,
porque florença me fez sentir perto da minha casa, da minha cultura, da minha terra.

sábado, 1 de janeiro de 2011

e fiquem sabendo

não há queima de fogos na torre eiffel na passagem do ano.

e não há contagem regressiva.

e ontem a temperatura chegou a -2 graus.