segunda-feira, 23 de maio de 2011

esperando o fim da partida

O théâtre de la Madeleine foi perfeito para recebê-los. Em um refúgio no meio do nada, Hamm, cego, manco e personagem principal de uma história sobre um fim sempre adiado, tem ao seu lado Clov, seu empregado doméstico que fala pouco. Em cada uma das latas de lixo instaladas na frente do cenário estão os pais de Hamm, que surgem de tempos em tempos para falar do vazio. E assim se desenrola a cena: os personagens falam, mas não se comunicam entre si. Todos esperam enfim o fim, mas ele é impensável, impossível, interminável. O que resta neste "Fim de partida" é a existência vazia de seus estranhos e engraçados personagens. E diante das risadas bizarras da platéia, Nell, a mãe de Hamm, respondeu à altura: "nada é mais engraçado do que a infelicidade".


Até o dia 17 de julho tem "Fin de partie", de Samuel Beckett no Théâtre de la Madeleine, às 21h, de terça à domingo. É maravilhoso.


Sem cenário, sem história, sem herói, sem fim.

Um comentário:

Kin disse...

Beckett? Ahhh se eu morasse na gringa, já estava lá...