quarta-feira, 28 de agosto de 2013

poema algum

hoje de manhã
folheei uma dúzia de livros
empilhados na estante
 
estava à procura de uma frase,
uma frase assim curta
para anotar no meu caderninho azul
 
dela queria fazer um poema
escreveria duas páginas
e meia de poesia amarga
 
mas peguei uma xícara de café forte
bebi de uma só vez
e comecei o dia

domingo, 18 de agosto de 2013

a sala das árvores perdidas

durante esse ameno mês de agosto, paris é vazia de pessoas. poucos circulam pelas ruas, lojas de pequenos bairros fecham, crianças quase não se vê...
 
é uma verdadeira benção poder circular assim, livre, leve e solta, de havaianas nos pés e umas mil ideias na cabeça.
 
numa dessas andanças, acabei caindo no parque monceau, lá "no alto" da cidade.
 
umas ruínas romanas, flores coloridas, burgueses sentados nos milhões de banquinhos à disposição e... árvores!
 
quanta árvore impressionante existe nesse local!
 
galhosas, grandiosas, graciosas, seculares!
 
dessas imensas que formam sombras acolhedoras em torno delas, como se fossem cabaninhas folhosas isoladas do mundo real.
 
poderia morar nessas cabaninhas e só sairia de quando em quando, para tomar água na estranha mini cachoeira escondida num canto do parque e me alimentar dos restos de grãos rejeitados pelos pombos solitários.

sábado, 17 de agosto de 2013

isidore isou

poema para esmagar a barata

(poème pour broyer le cafard)

http://www.youtube.com/watch?v=aq3n2TW6frE

 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

manifesto comunista

a burguesia fez da dignidade pessoal um simples valor de troca.

o capital é um produto coletivo: ele só pode ser movimentado pelos esforços combinados de muitos membros da sociedade.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

quintana

no fim
tu hás de ver
que as coisas
mais leves
são as únicas
que o vento
não conseguiu levar

terça-feira, 13 de agosto de 2013

deleuziana

O corpo é uma usina de desejo

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

esse fausto sertanejo

Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava.
Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita.
Era ele estar perto de mim, e nada me faltava.
Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego.
Era ele estar longe, e eu só nele pensava.

(grande sertão: veredas)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

do efêmero

somente o seu carro
poderia acolher
este amor passageiro

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

...

não dependa das palavras
para salvar este amor

elas te faltarão
quando mais precisar delas