terça-feira, 25 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
quatro anos atrás
você foi embora
deixou um vazio no meu peito
seu riso num álbum de fotografias
congelado, tentando enganar o tempo.
e eu fiquei aqui
pensando em você
no seu cabelo vermelho
no seu riso fácil.
pra você o sentido da vida estava no fundo
e não tinha medo de nela entrar
mesmo que fosse pra descobrir
que era um fundo sem fundo.
você queria a vida
queria o acontecimento
entre você e o agora não havia intervalo
por isso viva tanto e tão intensamente.
vivia amando a vida e o que por ela passasse.
agora é aquela velha história
você virou saudade...
você virou saudade...
então sigo vivendo
num mundo sem sonho sem ilusão
e de noite quando lembro
eu sinto um aperto no meu coração
e durmo...
sexta-feira, 14 de maio de 2010
o medo
Ao cair da tarde, meu estudo foi interrompido por uma campainha que soou nervosa. Com preguiça de atender a porta por saber da raridade das visitas que chegam sem avisar, comecei a me levantar da cadeira lentamente quando o sujeito do lado de fora pareceu estar impaciente. Não contente com a campainha, ele bateu na porta fortemente e de uma maneira tão insolente que fez o marido se levantar do sofá onde dormia, com cara de indignação.
Perguntei ainda com a porta fechada: quem é? E ouvi um sonoro: é a polícia, madame! Minha nossa, o que será que fiz? Querem ver meu documento de identidade, conferir se eu pago o aluguel em dia, saber se meu visto vai vencer, me questionar se já acabei de escrever minha dissertação?
Coração na boca, o marido reitera a pergunta: quem é?
É a polícia, monsieur!
Ai gente, que dor de barriga momentânea, agora fudeu, o que eles querem, será que foi o vizinho do antigo prédio que reclamou sei lá o quê da gente, será que alguém achou ruim porque a gente deixou nossa cama na rua, será que somos, afinal, culpados? Abrimos a porta, enfim, e nos deparamos com 3 policiais.
Sua chave está na porta, madame!
Hein?
A chave, está na porta, vocês esqueceram a chave de vocês na porta.
Ah! Mas, como vocês entraram aqui no prédio?
Pela porta, madame!
Mas aconteceu alguma coisa?
Não, madame, estamos fazendo a ronda policial.
Ah...
Fechamos a porta e nossos risos nervosos duraram uns 5 minutos. Acostumada que estou em ter medo de polícia por achar que ela é às vezes pior que bandido, confesso que tive medo. Medo bobo, medo de sei lá o quê, mas tive medo... Afinal, onde foi que aprendi a ter medo de polícia?
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